terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Os botões de Napoleão: as 17 moléculas que mudaram a história

Queria dar uma dica de livro, como o colega Alan fez no post anterior. Trata-se do Os botões de Napoleão: as 17 moléculas que mudaram a história, de Penny Le Courteur e Jay Burreson.

Será que podemos explicar o fracasso da campanha de Napoleão na Rússia, em 1812, por algo tão insignificante quanto um botão? Quando exposto a temperaturas baixas, o estanho se esfarela, e todas as fardas dos regimentos de Napoleão eram fechadas com botões feitos desse material.

Com estilo cativante, temperado com diversas histórias curiosas, a professora de química Penny Le Couteur e o químico industrial Jay Burreson fazem uma fascinante análise de 17 grupos de moléculas que, como o estanho daqueles botões, influenciaram o curso da história. Essas moléculas produziram grandes feitos na engenharia e provocaram importantes avanços na medicina e no direito. Além disso, determinaram o que hoje comemos, bebemos e vestimos. Ao revelar as espantosas conexões químicas que unem eventos aparentemente não relacionados, os autores esclarecem que:
  • Por causa da química, a colônia Nova Amsterdã tornou-se Nova York.
  • Um contratempo na limpeza da cozinha com um avental de algodão resultou no desenvolvimento dos explosivos modernos e da indústria cinematográfica.
  • A ânsia dos europeus pela cafeína, um alcalóide que vicia, levou à Revolução Chinesa.
  • Foi um laboratório químico que, em busca de um analgésico potente, criou a heroína.
Leiam! Vocês irão gostar!

Sugestão de Leitura

Agora sim: Feliz 2010 p/ todo mundo! Pois janeiro foi um mês de férias (ou não) e não vou me surpreender se alguém me disser que o ano só vai começar "de verdade" depois do carnaval... pois bem, depois temos a copa, temos as eleições, temos o corinthians na libertadores... é... será um ano "de festa", muita gente vai passar mais tempo em casa do que no trabalho ou nas aulas.

E é esse o grande motivo do post de hoje: se vamos ficar em casa, leiamos!

Achei interessante o livro por conta de um tema que me atraiu para o mestrado, Lamarck, pelo que me consta muitos estão reconsiderando a sua grande importância na História da Ciência, haja visto que o mesmo cunhou o termo BIOLOGIA, foi um dos primeiros a se pronunciar como evolucionista de fato dentre uma série de outras coisas que abordarei num post futuro, entre elas uma singela crítica a alguns trechos deste livro que indicarei.




Título: EVOLUÇÃO EM QUATRO DIMENSÕES - DNA, comportamento e a história da vida (520 páginas)
Editora: Companhia das letras
Tradução: Cláudio Angelo
Lançamento: 29/01/2010 (previsão da editora)
Preço: R$59,00







A Obra:
*O francês Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829) seria a última pessoa que alguém poderia pensar em chamar para salvar a teoria da evolução de Charles Darwin. Afinal, Lamarck acabou entrando para a história como o autor da teoria evolutiva errada, e "lamarckismo" virou sinônimo de engano para os biólogos. Isso porque sua teoria pregava a herança de caracteres adquiridos, quando Darwin mostraria corretamente que a evolução ocorre por meio da seleção natural de variações aleatórias.
Em Evolução em quatro dimensões, Eva Jablonka e Marion J. Lamb resgatam as ideias do maltratado naturalista francês. Segundo as autoras, o darwinismo hoje precisa de uma reforma, de uma nova síntese - e tal síntese passa pela incorporação do lamarckismo na teoria evolutiva. Descobertas da biologia molecular nos últimos cinquenta anos mostram que a evolução vai além da seleção de variações casuais nos genes.
As autoras identificam quatro "dimensões" na evolução - quatro sistemas de herança que desempenham um papel na evolução: a genética, a epigenética (ou transmissão de características celulares, alheia ao DNA), a comportamental e a simbólica (transmissão por meio da linguagem e de outras formas de comunicação simbólica). Em todos esses sistemas ocorre alguma
herança de caracteres adquiridos, novamente uma heresia lamarckista que Jablonka e Lamb incorporam ao repertório do darwinismo, não para derrubá-lo, mas para mostrar que há muito mais variação disponível para a seleção natural do que sonha a biologia.

Guardem os grifos em vermelho, façam uma boa leitura e reflitam, mais tarde trataremos destes destaques.


*fonte: Editora Companhia das letras